Barbara Krafftówna

Minha neta querida, que saudades a avó sente de você! Você foi para longe e até aí só chego se não for de avião, mas a avó tem medo de voar, e trem por esses lados não há não! A avó também já é velhinha para longa viagem fazer no lombo de um jegue. Já fizeram ponte por cima do rio, mas as estradas para ir de carro são cheias de buracos, nem o ônibus consegue aqui chegar. Sei que não sou montanha, mas na minha idade já é difícil me por a andar. Para matar a saudades, espero a minha neta vir me visitar. Ora, deixe de história e de tanta ocupação que o tempo para você ainda vai longe, enquanto para mim, de onde vou na vida, já vejo o portão. Venha logo ver a sua velhinha, porque se eu não mato esta saudade, ela me mata o coração. Venha mesmo que não seja por mim, pois você sabe que nunca falta aqui um bom caldinho de feijão.